Estamos de luto!
Nós, docentes da UNILAB - Campus dos Malês, estamos todos e todas de luto e indignados pelo assassinato político de Marielle Franco, vereadora do PSOL, mulher negra, lésbica, favelizada e feminista!
Marielle Franco era uma parlamentar e ativista do movimento de mulheres negras comprometida com os direitos humanos e com a luta antirracismo. Oriunda do Complexo da Maré, Marielle Franco vocalizava, com veemência, as constantes violações de direitos praticados pela Polícia Militar nas favelas do Rio de Janeiro.
As execuções de Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, são fortes sinais de que estamos no cerne de uma crise ao mesmo tempo política, de segurança pública e institucional, pondo em sério risco a já fragilizada democracia brasileira. Infelizmente não é um caso isolado. O Brasil tem sido notícia internacional por ser um país em que várias outras lideranças - camponesas, sindicais, indígenas, quilombolas, da periferia - têm sido brutalmente executadas por defenderem os interesses de grupos marginalizados e de minorias políticas.
Tudo indica que Marielle Franco foi alvo de uma execução por denunciar justamente os crimes cometidos pelo Estado contra a população negra e as demais minorias. O assassinato de uma mulher, negra e lésbica em um país marcado pelo feminicídio, pelo racismo institucional e pela homofobia não pode ser mera coincidência!
Os tiros que assassinaram Marielle atingiram em cheio também os movimentos sociais, despertando a resistência que nós, herdeiros de sua luta, levaremos adiante, como um brado presente e persistente.
Nesse momento, circulam notícias falsas que tentam deformar sua imagem e que configuram, a nosso ver, novos tiros contra ela e tudo que ela representa. É como se a matassem mais e mais e com ela, a todxs nós que lutamos suas lutas!
A morte de Marielle Franco diz respeito a todxs nós, estamos em luto, mas seguiremos em luta. Marielle vive, Marielle, presente!
Docentes da UNILAB - Campus dos Malês
São Francisco do Conde, março de 2018
Comments